Componentes da Aprendizagem e Adaptação

Embora os modelos e ferramentas para aplicar a aprendizagem e adaptação variem, alguns componentes comuns podem ser úteis para incorporar na sua abordagem. Os componentes abaixo provêm de vários recursos chave sobre gestão adaptiva referenciados na secção Recursos deste módulo.

COMPONENTE 1 – ABORDAGENS DE CONCEPÇÃO FLEXÍVEL

Para permitir a adaptabilidade, os projectos devem definir objectivos e as realizações de nível superior, acompanhados por abordagens de gestão e M&A que dêem prioridade à responsabilidade. O progresso deve centrar-se em metas e realizaçõess de alto nível e na aprendizagem, e não em planos e marcos de implementação pré-definidos. Pergunte: "será que fizemos a coisa certa?" em vez de: "será que fizemos o que dissemos que iríamos fazer?”

Dica para Implementação

Clustering, layering, and sequencing

A aprendizagem de acção e abordagem incremental da USAID/OTI e o seu uso de agrupamento, estratificação e sequenciação de actividades é um exemplo de um desenho flexível que é conducente à aprendizagem e adaptação e adequado para P/CVE. Para mais informações, consulte o Módulo de Implementação.

CONCEPÇÃO DE UMA TEORIA DE MUDANÇA (TdM) SENSÍVEL À COMPLEXIDADE

Nos casos em que existe um elevado grau de complexidade, deve ser desenvolvida uma TdM sensível à complexidade. As estratégias sensíveis à complexidade são úteis para as TdM em geral, mas tornam-se especialmente importantes em contextos complexos. Estas incluem:

  1. Começando com o "final em mente".  As TdM sensíveis à complexidade concentram-se especialmente na definição do problema e na descrição das realizações de nível mais elevado que o projecto espera alcançar, deixando as realizações de nível inferior indefinidas ou ilustrativas para permitir uma teoria mais iterativa de como se espera que o projecto alcance essas realizações.
  2. Reconhecendo a incerteza.  As TdM sensíveis à complexidade reconhecem onde há incerteza, ou porque o contexto está a mudar rapidamente, ou porque é necessária mais análise, ou porque há tantas variáveis que afectam as realizações que as relações causa-e-efeito não são previsíveis ou repetíveis (ou só são perceptíveis em retrospectiva).
  3. Identificação dos pressupostos feitos no momento da concepção.  É importante identificar explicitamente os principais pressupostos em que a TdM se tenha baseado.
  4. Estabelecer um quadro de monitorização robusto.  Assim que a equipa tiver reconhecido as áreas de incerteza e identificado os principais pressupostos, a equipa deve estabelecer um quadro de monitoria robusto que possa utilizar para avaliar a TdM e os seus pressupostos subjacentes durante a implementação.
  5. Planear a adaptação.  Finalmente, a equipa precisa de planear a adaptação, o que significa desenvolver a capacidade de aprender e de se adaptar desde o início. 

Para mais informações sobre a concepção do seu projecto e desenvolvimento de uma TdM, consulte o Módulo de Concepção

Fonte

COMPONENTE 2 – TESTES E APRENDIZAGEM

Os testes e a aprendizagem são particularmente relevantes quando se envolvem múltiplas abordagens ou actividades para alcançar o objectivo do projecto, mas não se dispõe de evidências para apoiar uma actividade sobre outra (ver secção sobre a Aprendizagem Paralela). O investimento de recursos limitados (por exemplo, tempo, fundos e pessoal) para testar diferentes abordagens e actividades permite-lhe identificar e desenvolver o que é bem-sucedido e aprender e possivelmente reduzir ou parar as actividades malsucedidas. Para mais informações sobre um processo de teste e aprendizagem chamado "lean testing", consulte este blog que também descreve como os testes lean são aplicados na Libéria. Como descrito neste recurso do Mercy Corps, pilotar, testar e adaptar múltiplas ideias é um componente central da gestão adaptativa.

COMPONENTE 3 – CRIAR OPORTUNIDADES PARA REFLECTIR E APRENDER

Tirar tempo para reflectir sobre as lições e como aplica-las na prática é uma parte essencial da gestão adaptativa. Os métodos podem variar desde momentos de "pausa e reflexão" durante reuniões regulares de coordenação de equipas até um seminário de revisão do projecto de um dia em cada trimestre. Estas sessões de reflexão e revisão ajudam a identificar o que está a funcionar e o que necessita de adaptação; considerar o impacto das mudanças no ambiente ou contexto operacional; e avaliar a validade da teoria da mudança subjacente a um projecto. Como resultado das actividades de reflexão e aprendizagem, as equipas determinam que adaptações são necessárias para as actividades do projecto.

COMPONENTE 4 – MONITORIA E ANÁLISE DO CONTEXTO

A compreensão do contexto local é uma parte fundamental da fase ‘Analisar’ de um projecto, mas é também importante notar que este contexto irá inevitavelmente mudar durante a implementação. A monitoria do contexto (descrita na secção Métodos e Ferramentas permite à sua equipa de projecto compreender, navegar e adaptar-se às mudanças. Os processos de avaliação e gestão de risco e segurança revistos no Módulo ‘Implementar’ são os primeiros passos úteis para identificar alguns dos elementos críticos para a monitoria do contexto. Contudo, a monitoria e análise do contexto não se deve limitar à fase ‘Analisar’ ou à avaliação do risco, mas deve ser integrada ao longo de todo o projecto.

COMPONENTE 5 – CICLOS DE FEEDBACK

O feedback envolve a recolha de informação e reflexões do pessoal, parceiros locais, membros da comunidade, e participantes do programa. O documento "Pensar com avaliação na concepção, implementação e monitorização da construção da paz"sugere que ouvir e solicitar análises e feedback da comunidade é fundamental para apoiar as iniciativas locais de criação da paz, o que também se aplica ao campo de P/CVE. Um ciclo de feedback eficaz começa com a recolha e análise de feedback e requer "fechar o ciclo", identificando e depois tomando medidas correctivas. Os ciclos de feedback também podem desempenhar um papel importante no envolvimento das partes interessadas. Este recurso mostra que quando os interessados compreendem e observam como o seu feedback está a informar odesenho do projecto, ocorre uma maior adesão, o que por sua vez leva a uma aprendizagem mais robusta e a uma melhor adaptação.

COMPONENTE 6 – DOCUMENTAR ADAPTAÇÕES

Quando fizer adaptações, certifique-se de documentar as alterações e manter registos claros das decisões e adaptações. Manter um registo das adaptações e das razões para a implementação das mudanças permite à equipa desenvolver lições aprendidas que poderiam fundamentar as actividades de P/CVE nas mesmas comunidades ou em qualquer outro lugar. Além disso, documentar a fundamentação e o processo de tomada de decisões por detrás das adaptações é uma ferramenta útil de responsabilização ao informar os doadores e ao comunicar com os parceiros do projecto. O documento de referência rápida da Asia Foundation fornece orientação sobre como documentar as adaptações ao seu projecto. 

COMPONENTE 7 – CRIAR UM PLANO PARA A APRENDIZAGEM E ADAPTAÇÃO

Organize a sua abordagem e métodos de aprendizagem e adaptação como parte de um plano que inclui documentos de planeamento tais como um plano de Monitoria, Avaliação e Aprendizagem. Por favor, use este ficha de trabalho para praticar o desenvolvimento do seu próprio plano de aprendizagem e adaptação. 

Dica para Implementação

DESENVOLVA UMA AGENDA DE APRENDIZAGEM

O Kit de ferramentas CLA da USAID inclui uma secção sobre Agendas de Aprendizagem com orientação e um modelo para desenvolver uma agenda de aprendizagem.